Confira o artigo sobre o poder da inovação na nova Revolução Industrial publicado no Anuário IEL das 200 Maiores e Melhores Empresas do Espírito Santo 2018
A premissa de que a inovação precisava tornar-se questão central da política Industrial no Brasil nos fez, em 2008, criar a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), com o objetivo de contribuirmos, do lado empresarial, para o aprimoramento de políticas públicas que fortaleçam esse ecossistema em nosso país.
A razão de ser da MEI é o reconhecimento de que esse aspecto é vital para a competitividade e de que o futuro da indústria muito depende dessa iniciativa. Com base nessa percepção, temos trabalhado, ao longo da última década, para fortalecer o sistema nacional de financiamento e de suporte técnico à inovação. Atualmente, o Brasil ocupa o 64° lugar no Índice Global de Inovação, em um ranking no qual são avaliados 126 países. Da edição do ano passado para cá, subimos cinco posições.
Houve sinal de melhora, mas o caminho ainda é longo. A inovação é arriscada. Ela resulta de investimentos robustos e contínuos em pesquisa e desenvolvimento para aperfeiçoar algo existente ou criar algum produto ou processo com grande impacto na economia e na vida das pessoas. Logo, o conhecimento, a produtividade e a inovação são essenciais para dinamizar a economia e elevar o bem-estar social de uma nação.
Diversas unidades da Federação têm percebido essa importância e buscado adotar políticas locais de inovação. Um exemplo emblemático é a recém-criada Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI), a fim de aproximar o setor produtivo da comunidade científica, na permanente busca por novos negócios e oportunidades de crescimento.
Além disso, leis estaduais de incentivos fiscais também precisam ser fortalecidas. No caso do Espírito Santo, destaca-se o conjunto de iniciativas que envolvem, por exemplo, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Lei O poder da inovação na nova revolução industrial Complementar Estadual nº 642/2012, que estabelece medidas desse tipo. Embora essa lei admita a possibilidade de concessão de recursos financeiros por subvenção econômica, não prevê, nas categorias de apoio do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI), essa modalidade de incentivo para inovação.
Por isso, é com grande entusiasmo que se recebe a assinatura do decreto para a criação do fundo de apoio à inovação, que conta com R$ 80 milhões para o desenvolvimento de projetos. Esse é um importante passo de aprimoramento da política estadual de inovação, que atua de forma complementar à Fapes e ao FDI, de modo a evitar que a falta de um instrumento de subvenção impeça a continuidade de iniciativas que podem ser revertidas em inovação, em competitividade e em crescimento da economia do Espírito Santo.
Do lado empresarial, acreditamos que o Brasil não pode esperar e tem potencial para continuar avançando. A indústria de transformação contribui com R$ 666 bilhões para a economia brasileira, o que representa 12% do PIB do país.
Nela, trabalham 6,8 milhões de pessoas. A indústria de transformação é responsável por 37% de tudo o que exportado pelo Brasil, concentra 63% dos investimentos com pesquisa e desenvolvimento do setor privado, responde a 24% da arrecadação de tributos fedeRais, além ser responsável por 17% da arrecadação previdenciária.
Por isso, seguimos empenhados. Atualmente, a MEI é o principal e mais bem consolidado fórum de diálogo entre os setores empresarial e público, com importante participação da academia. A participação crescente dos maiores líderes empresariais das indústrias que investem em inovação no Brasil legitima nossos pleitos com o governo e consolida o aprimoramento do ecossistema de inovação para crescermos cada vez mais. Nenhuma outra iniciativa brasileira se empenhou tanto em compreender as particularidades, os desafios e os ativos de nosso ambiente de inovação.
Estamos prontos para seguir em frente. Inovar é essencial para enfrentar os desafios dessa nova revolução Industrial e disruptiva, já em curso mundo afora. Nosso objetivo, como sempre, é estimular, cada vez mais, o desenvolvimento do Brasil.
Gianna Sagazio; Superintendente nacional do IEL e diretora de Inovação da CNI.